O que importava para ele não era proclamar-se membro de uma família, mas um indivíduo puro e simples. E para o indivíduo, o prenome cumpria melhor sua função, Vincent assinava suas pinturas como assinava suas cartas. Este era o seu jeito de identificar o trabalho de um homem que procurava revelar o seu íntimo.
Vincent van Gogh era filho de um pastor holandês, Theodorus van Gogh, e sua esposa, Anna Cornelia. O primeiro filho deles nasceu morto; um ano depois, no dia 30 de março de 1853, nasce o artista, recebendo o nome do 1º filho natimorto: Vincent Willem. Esse também eram o nome do avô e de um tio por parte de pai. Alguns cogitam que o fato de ele ter o mesmo nome do irmão morto pode ter lhe marcado psicologicamente por toda a vida.
Vincent era profundamente afetado pelo fervor religioso dos seus familiares. Theodorus e Anna Cornelia tiveram seis crianças. Durante sua vida, Vincent manteve relações mais próximas somente com dois dos seus irmãos: Willemina e Theo. Ele era muito ligado principalmente ao seu irmão Theo, o qual era seu confidente e lhe mantinha financeiramente.
O pai de Theodorus também havia sido pastor, assim como tem sido gerações de Van Goghs, desde o século XVII. Eram de um ramo da igreja reformista holandesa. Diferente de outros pastores da família, Theodorus não era um muito conhecido, mas os van Gogh não eram uma família comum, haviam também entre eles, comerciantes de obras de arte e trefiladores de ouro (no século XVIII), geralmente bem-sucedidos.
A mãe de Vincent, Anna Cornelia Carbentus, era oriunda de uma conhecida família de encadernadores de Haia, conforme testenhos, ela tinha habilidade não apenas com as agulhas de tricô, mas também com o lápis ou o pincel. Era uma pessoa alegre, diferentemente do temperamento austero do seu marido.
Vários van Goghs tiveram problemas psicológicos. A irmã do pintor, Wilhelmina, morreu num asilo psiquiátrico em 1941, aos 79 anos; o riquíssimo tio Cent foi também muito depressivo. Cor, o irmão mais moço de Vincent, teria se suicidado na África do Sul.
Vincent, desde pequeno gostava de fazer longas caminhadas solitárias pela natureza, a partir daí e de outras experiências, construiu a sua bagagem individual, tendo sido influenciado sim por sua história familiar, mas procurou negar e se contrapor, assim como contrapunha sua tristeza e depressão, através de obras cujas cores vivas brilham em nossa frente, transmitindo uma visão otimista, mas desesperada, desespero esse reforçado pelas formas tortuosas das espirais, as quais levam ao centro de cada círculo, ou seja, seu íntimo.
REFERÊNCIAS
WALTHER, Ingo F. Van Gogh. Köln: Taschen GmbH, 2008. p. 7-10
HAZIOT, David. Van Gogh. L&PM Pocket
Toda a obra de Vicent, é linda.
ResponderExcluirPermita-me compartilhar essa matéria, Campani.
Produtiva e feliz semana!
Um beijo,
da Lúcia
Olá Lúcia,
ExcluirTambém gosto muito da obra de Vincent.
Pode compartilhar, desde que cite a fonte.
Valeu, bjs.
Admiro muito a pessoa e obra de Vincent van Gogh. Não tinha reparado
ResponderExcluirque ele assinava seus trabalhos só com o primeiro nome.
Já aprendi mais hoje.
Beijos
Olá Cristina,
ExcluirTem algumas pinturas que ele nem assinava.
Obrigado pela visita,
Beijos
Para além de grande artista, uma pessoa íntegra. Sem se fazer valer da família.
ResponderExcluirDesconhecia esta faceta do artista e ainda o admiro mais.
Um beijinho.
Obrigado pela partilha.
Olá Pérola,
ExcluirÉ sempre bom saber algo sobre a vida do artista, até para poder entender melhor a sua obra.
Beijos