Escutem Viver (1941), tela 0,75 x 0,95m |
As obras de
Matta revelam seu desejo de expressar as imagens do subconsciente através de
metáforas visuais.
Roberto
Sebastian Antonio Matta Echaurren nasceu no dia 11/11/1911 em Santiago do
Chile. Se criou falando francês em casa e no colégio. Estudou arquitetura na
Universidade Católica de Santiago.
Em 1934 conheceu Frederico Garcia Lorca na Espanha. Dois anos mais tarde
conheceu Salvador Dalí, que lhe apresentou a André Breton. Impressionado pelos
desenhos de Matta, Breton lhe convidou a entrar no grupo Surrealista em 1937.
Começou a pintar nos anos seguintes, animado por Gordon Onslow Ford.
Conheceu
Marcel Duchamp, que o influenciou a estabelecer-se em Nova York em 1939, fugindo
da guerra, assim como muitos outros artistas e escritores europeus. Chegou a
ser transmissor de idéias e informações entre os surrealistas franceses,
exilados no nascente New York School, que incluía a William Baziotes, Arshile
Gorky, Robert Motherwell e Jackson Pollock. A obra de Matta e sobretudo seu
método automático tiveram muita influência entre os pintores estadunidenses.
Sua primeira exposição individual se celebrou em 1940 na Julia Levy Gallery de
Nova York. Em 1942 participou na exposição “Artistas no Exílio” na Pierre
Matisse Gallery de Nova York, e na “Os primeiros documentos do Surrealismo” na
Whitelay-Reid Mansion. Suas primeiras obras abstratas deixaram marcas em meados
dos anos quarenta, com cenas de figuras que recordavam tanto insetos como homens
transbordantes de sugestões eróticas.
Uma Situação Grave (1946) óleo sobre tela |
Conforme Argan (1992), com Matta a pintura se reconverte em relato, mas o relato nasce da vitalidade intrínseca dos signos e desenvolve-se no dinamismo da ação pictórica. Os sígnos se tornam pequenos seres monstruosos, entre o homem e a máquina, e "atuam" na tela uma grotesca pantomima de ficção científica, cujo sentido profundo é a crítica, levada à paródia, da irracionalidade essencial da tecnologia moderna, em que a sociedade, sob a máscara da racionalidade científica, expressa as pulsações confusas e negativas de seu inconsciente.
Após o
suicídio de Gorky em 1948, Roberto Matta voltou a Europa e rompeu com os surrealistas.
Estabeleceu vínculos com Asger Jorn e os Situacionistas. Se estabeleceu em
Paris em 1954. Realizou uma exposição individual no Museu de Arte Moderna de
Nova York em 1957. Suas obras e suas atividades durante os anos sessenta e
setenta refletiram cada vez mais seus sentimentos políticos. Viajou a Cuba,
América do Sul, Egito e África nestes anos, e seus quadros representaram seres
abstratos de proporções algumas vezes monumentais, que cometiam atos
ritualizados e bélicos. Organizaram-se exposições retrospectivas de sua obra na
Nationalgalerie, Berlin, 1970 e no Museu Nacional de Arte Moderna, Centre
Georges Pompidou, Paris, 1985.
Viveu seus
últimos anos na Itália, onde morreu no ano de 2002.
Referências:
SULLIVAN, Edward J. Madrid. Artistas Latino-Americanos del Siglo XX. Ed. Nerea, 1992.
ARGAN, Giulio C. Arte Moderna, SP: Martins Fontes, 1992.
Referências:
SULLIVAN, Edward J. Madrid. Artistas Latino-Americanos del Siglo XX. Ed. Nerea, 1992.
Esta postagem é continuação de:
Não conhecia esse pintor, tem pinturas muito
ResponderExcluirbonitas. Gosto das cores.
Beijos
Olha que representar o subconsciente de forma visual é tarefa impossivel. No entanto a pintura dele surpreendeu-me. Um génio que se deve conhecer muito bem.
ResponderExcluirÉ um grande previlégio visistar estas informações.
Gosto muito!
beijo.
Olá Raul!!!
ResponderExcluirAprendi mais sobre a história da arte aqui no teu blog, realmente não conhecia quase nada sobre os Artistas Latino-Americanos, bem interessante o conteúdo e as obras de cada um.
O filme "Meia Noite em Paris" é muito bom, bela fotografia e a história, lembrando e revivendo a época dos grandes escritores, achei bem melhor do que "Para Roma com Amor" mas ambos já valem à pena assistir pelas belas imagens, cultura e arquitetura para quem aprecia é claro!!!
Bom fim de semana!!!
Bjs :)
Gosto de biografias, gosto de Arte.
ResponderExcluirAprendo muito, vindo aqui e me encanto,
vendo o Belo. Que vida tão rica a desse Matta.
Conviveu co Lorca e tantos mais de grande importância.
Fiz teatro e conheço um pouco de Lorco ( meu grupo encenou
Bodas de Sangue e outras peças dele. De Dali, tenho um cópia
da Santa Ceia, em minha sala de jantar.
Tenho vindo aqui, mas nem sempre comento,Campani. Aprecio, mas conheço
pouco Artes Plásticas, para opinar (só sei do que gosto, ou não rsrs).
Um abraço