Vitor Ramil, um Gaúcho Universal

Foto: divulgação/Ana Ruth
Compositor, cantor e escritor, o gaúcho Vitor Ramil começou sua carreira artística ainda no começo dos anos 80, aos 18 anos de idade, quando gravou seu primeiro disco Estrela, Estrela.

É um dos poucos artistas que consegue fazer uma música regional com ar universal. Algumas vezes quando leio ou escrevo sobre miscigenação cultural me lembro de Vitor Ramil, que faz isso valorizando muito a cultura gaúcha.

Ramil conecta a alma dos pampas às questões universais e às experiências urbanas e explora como ninguém a ligação existente entre o sul do Brasil e os países platinos, através de suas milongas e de sua obra em geral.

Seu último CD "délibáb", é um disco de milongas inspirado nos poemas do argentino Jorge Luis Borges e do brasileiro alegretense João da Cunha Vargas. Conforme Ramil "O álbum marca também a posição da milonga como música popular brasileira". O nome do disco vem de um fenômeno ótico que ocorre nas planícies da Hungria. Tem origem na junção das sílabas "deli", do Sul, e "baba", de ilusão.
O délibab é um fenômeno extraordinário da planície húngara, tão semelhante às planícies do sul do nosso continente. Único em seu gênero, este tipo de espelhismo transporta paisagens muito distantes a horizontes quase desérticos, reproduzindo ante os olhos maravilhados do observador, em dias de calor, o desenvolvimento de cenas distantes... (Nosso Universo Maravilhoso, Ernesto Sábato - direção literária -, Livraria El Ateneo do Brasil, 1960.)
"Cenas distantes, espelhismo, nitidez, horizonte, planícies." Com essas sugestões, Vitor não demorou a achar que a palavra húngara délibáb poderia dar nome ao seu último trabalho e ele associa esse fenômeno com as questões da obra. O disco foi totalmente gravado no estúdio Circo Beat em Buenos Aires, para sentir os ares borgeanos. Toca na companhia do violonista argentino Carlos Moscardini, um profundo conhecedor da milonga e um exímio instrumentista.

O vídeo abaixo é parte integrante do DVD délibáb documental, que acompanha o CD premiadíssimo na 20ª edição do Prêmio Açorianos de Música (Melhor Disco de MPB, Disco do Ano, DVD do Ano e Instrumentista). Ele mostra bem o clima do Rio Grande do Sul, o frio e os seus pampas, com uma sensibilidade a flor da pele. No disco “Ramilonga” ele já tocava fundo nestas questões rio-grandenses, com sua "Estética do Frio".

O nome da música é "Querência", que já havia sido gravada no disco "Longes", de 2004. Com poema de João da Cunha Vargas e música de Vitor Ramil, que canta e toca um violão com cordas de aço, enquanto o violão nylon é tocado por Carlos Moscardini.

Mais informações, veja no site: www.vitorramil.com.br

Comentários

  1. Olá Raul!!!
    Excelente post !!! Eu já assisti shows do Vitor Ramil é realmente muito bom, um dos orgulhos da música gaúcha né? Os gaúchos gostam mesmo de cultivar sua cultura e suas tradições. Muito bonito o vídeo. Adorei esse post!!!
    Ótima semana!!!
    Bjus
    Bia :)

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  2. Olá Bia,
    Realmente, o Vitor Ramil é ótimo. Os gaúchos gostam de cultivar sua cultura e eu acho melhor ainda quando essa valorização vem junto com qualidade e inovação.
    Um abraço!

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  3. Campani! Belo registro!
    Já divulguei através das redes sociais...
    http://wwwtwitter.com/euHOJE
    http://pt-br.facebook.com/marcelo.melo.soriano

    Abraços

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  4. Oi Campani, obrigada pela visita. Vejo que seu espaço preenche as lacunas da divulgação cultural, já que a mídia nem sempre dá a atenção necessária e merecida para algumas produções. Parabéns pela iniciativa.
    Katia Dias
    (wwww.cornii.wordpress.com)

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